Aplausos na aterragem - análise "sociológica"

[Carnim]

Por acaso discordo totalmente consigo.

Se eu fosse Piloto, gostaria de ser aplaudido no sentido de perceber que significava que as pessoas que estavam sobre a minha responsabilidade tinham ficado satisfeitas.

Se fosse tripulante, sabia que ao menos era um momento de relax para as pessoas, e também pelo bom trabalho que os mesmos foram desempenhando ao nível do voo.
Quanto a questão dos cintos a meu ver nada tem haver com as palmas, mas sim pelo desrespeito que as pessoas têm, por se sentirem demasiado confiantes!

Não percebo como alguma vez as palmas podem ser levadas como uma parte negativa... Enfim ate ajuda ao pessoal que tem medo de voar a descomprimir...

[ma_lppt]

Não considero as palmas um comportamento negativo. Compreendo e respeito mas fico sempre com dúvidas de como a tripulação encara os aplausos.

Confesso que há um voo que onde tipicamente carrego alguma tensão - a aterragem no Funchal -  vou ver o Metar antes de sair de Lisboa, o batimento cardíaco aumenta quando se aproxima a aterragem, olho para as arvores a ver se elas abanam muito... e quando a aeronave toca a pista e trava em segurança, apetece-me libertar a tensão...com aplausos.

[Flyz]

os pilotos nem sequer se dão conta que os pax aplaudam ou não...
Enquanto teorias do porque, penso que deve ser de facto pelo factor descompressão, nos voos que eu fiz como pax, nota-se se que há sempre muitos aplauso quando,houver muita turbulência, rajadas de vento, e quando se consegue aterrar depois de um borrego ou ainda depois de ter estado em espero por causa de nevoeiro.. Isto leva-me a crer que a maior parte dos pax desvaloriza o papel normal do piloto e do Pnc, e que só numa situação em que se realizam que de facto esta alguém a controlar a máquina e fazer com que chegamos ao chão seguros o realizem..( ou seja quando estão com medo lol..)

[Jetstream]

Podem bater todas as palmas que quiserem...os tripulantes de cabine não levam a mal,antes pelo contrário,até acham piada!
Hoje em dia já é raro...excepto quando as condições atmosféricas nas aproximações são más!!

[JSilvazito]

As palmas não me afetam, concordo e vezes há que até tenho embarcado nisso.
Depois também depende da aterragem.
O ano passado no Funchal, num 321TAP, não só bati palmas como até dava um abraço de partir costelas ao comandante. Que vento, acho que nunca fui tão abanado na minha vida. E ele fez uma aterragem incrível, bastante suave até quando eu próprio já me tinha convencido que o que iria acontecer era divergir ou voltar a Lisboa. E já passava das 23h, numa sexta-feira. O homem e a tripulação mereceram todo o apreço dos passageiros.
Depois demoramos uma eternidade a sair do avião. Quase 200 passageiros e tudo a saír pela porta da frente. Foi uma eternidade.
Cumprimentos,

[Frog2001]

E eu que pensava que as palmas era um gesto de agradecimento pelo bom voo, pela aterragem suave, ou pelo menos considerando que os pilotos terão feito o melhor possível, e pelo atendimento durante o voo.
Sou mesmo noob.

[Sousa]

Boas

Na realidade lá à frente no cockpit, com a porta trancada e tudo, é rarissímo que se consigam ouvir palmas. Só ouvi 2 vezes e numa delas metade da cabine estava ocupada por um grupo de finalistas do secundário.   
Na fase da aterragem estamos bastante concentrados e por isso "filtramos" de certa forma o que precisamos ou não de ouvir.

No meu caso não me faz diferença as palmas ou não com a excepção de esboçar um leve sorriso. Mas há muitas pessoas que, por uma razão ou outra e mesmo compreendendo como a coisa funciona, têm medo de voar e se o bater palmas na aterragem lhes dá alívio, então força! Caramba eu sei como funcionam as montanhas russas e há muitas onde nem sonho em meter os pés...

Cumprimentos
António Sousa

[TAP153]

Durante muito tempo, e ainda hoje, é frequente, em todos os voos, para o Nordeste Brasileiro as aterragens serem seguidas de fortes aplausos. Não acontecem porque os passageiros têm medo mas são a reação de pessoas que voltam a casa depois de muitos anos emigrados sem verem famílias e amigos. Assiste-se a cenas carregadas de emoção no reencontro de pais e filhos, familiares, amigos nos "saguões" do Nordeste. Ver em terra os reencontros justifica plenamente a reação após as aterragens.

Nem todos viajamos a lazer, há viagens que representam anos de esforço e ausência. Muitas são o regressar a casa carregadas de emoção. Aquele voo e aquela tripulação representam o fim da ansiedade.

Assisti o mesmo nas décadas de 70, 80 e 90 nos voos dos EUA e Canadá com os nossos emigrantes. Acho perfeitamente normal, quem não passou por este tipo de situações não sabe e geralmente julga erradamente estes gestos.

Lembro-me o meu regresso a Lisboa em 2005 depois de um grave acidente no Brasil que obrigou a duas semanas de hospitalização em Recife, viajei cheio de dores e desconforto que foi atenuado por uma tripulação exemplar e preocupada. Não me esqueço daquela aterragem chuvosa de Janeiro que só me apeteceu também aplaudir. Representava o fim de uma experiência muito negativa e aquela tripulação foi durante 7 horas o meu apoio.

Não gosto de criticar reações, elas são o reflexo de situações que ninguém consegue avaliar sem ter passado pelas mesmas circunstâncias.

Abraço

[Carnim]

Ainda ontem via Sata para ponta delgada no final bateram palmas.
 E já agora. Parabéns a Sata pelos 75 anos

[TiagoC]

https://www.youtube.com/watch?v=qUOMedkagxQ