Como foi dito, essa "ideia" partiu de um candidato à autarquia da Calheta, nunca foi uma posição assumida por órgãos oficiais da Região, nem me parece que será sequer um esboço de ideia pelo menos nas próximas duas décadas.
Nos últimos 2 anos, a combinação entre o aumento de tráfego e condições meteorológicas atípicas (na sua persistência), tem aumentado a discussão em torno das soluções para o problema. O Porto Santo pode resolver apenas parte do problema (principalmente no Verão). Nas tempestades de Inverno, é frequente as condições de mar afectarem a ligação ferry. Nenhuma companhia "arriscará" ficar com passageiros retidos no Porto Santo, que é uma situação muito mais delicada de gerir do que os que ficam retidos na Madeira.
De qualquer forma, tudo isto tem gerado um certo chutar de responsabilidades de parte a parte. As companhias escusam-se no facto de não terem o dever de proteger os passageiros afectados pelo mau tempo. E as autoridades locais escusam-se no facto de que não lhes compete re-organizar voos para proteger os passageiros afectados. O que a nível local se tem tentado fazer é criar o "banco de camas", para que no aeroporto os passageiros e agentes de handling possam ter acesso imediato a todas as camas disponíveis na ilha e a sensibilização para os hoteleiros praticarem tarifas especiais aos passageiros afectados.
Da parte das companhias, as acções têm sido mais limitadas. O grande problema é que, pese embora o aeroporto muito raramente seja afectado mais que 30 ou 40 horas consecutivas, os passageiros só encontram voos disponíveis para o seu destino 5 ou 7 dias depois. Quanto a isso, localmente não se pode fazer muito, já que caberá a cada companhia saber o que deve fazer para proteger os passageiros (mesmo que não haja obrigação legal).
Existe também a questão da revisão dos limites de vento, mas certamente será um estudo que durará muito tempo e cujas conclusões podem não significar que o problema seja sequer ligeiramente mitigado. No entanto, de acordo com um responsável da NAV que esteve no Parlamento Regional, em 2016 houve cerca de 300 aproximações em que os pilotos reportaram condições estáveis mas tiveram de abortar a aterragem porque se encontravam fora dos limites estipulados. Várias entidades disseram já publicamente que esta revisão (de acordo com a infraestrutura actual) é sensata.